Quais os benefícios da Cannabis Medicinal na prática de esportes e atividades físicas?

O uso da cannabis na medicina e a constante evolução dos estudos científicos e regulamentações dessa prática em todo o mundo têm impulsionado, cada vez mais, suas possibilidades de atuações terapêuticas. No esporte, não é diferente. Prova disso são os dados fornecidos pela empresa especializada de inteligência de dados da cannabis, Kaya Mind, que constatam uma grande mudança que marcou o ano de 2018, quando a Wada – Agência Mundial Antidopagem, retirou o CBD, como é chamado o canabidiol, uma das principais substâncias químicas encontradas na planta Cannabis Sativa, da lista de substâncias proibidas para quem pratica esportes e tornou viável o acesso a um tratamento aprimorado com benefícios para inúmeros disfunções e efeitos colaterais mínimos.

   

Breve contexto histórico da Cannabis Medicinal no esporte

A medicina e os esportes sempre estiveram conectados, e o uso de drogas para estímulo e melhoria de desempenho esportivo era usado desde 800 a.C, tendo se popularizado ainda mais durante a 2ª Guerra Mundial, período em que surgiu a anfetamina e, logo depois, os esteroides, que eram usados até mesmo nos Jogos Olímpicos. No entanto, essa prática culminou nos atletas o surgimento de problemas de saúde leves a graves e, em 1968, o Comitê Olímpico Internacional (COI), instituiu o chamado antidoping, um teste de drogas para detecção da ingestão de substâncias não permitidas para os participantes como forma de controle e contensão de danos. A cannabis, claro, também foi restringida.

No decorrer dos últimos anos, as pesquisas científicas quanto aos benefícios medicinais da cannabis fizeram com que sua regulamentação ocorresse em vários países, passando a ser vista como uma opção viável e positiva quando comparada a tratamentos com medicamentos mais comuns. No esporte, esse efeito também foi favorável, levando a pauta para as ligas esportivas e pessoas influentes do ramo, que colaboraram para que a cannabis fosse removida da lista de substâncias proibidas no teste antidoping e pudesse ser utilizada pelos atletas.

 

CBD e suas propriedades terapêuticas para atletas

Seja a curto ou longo prazo, todas as pessoas que praticam exercícios físicos estão propensas a lidar com as possíveis consequências da frequência e intensidade de sua execução, principalmente, no caso dos atletas profissionais, que tem como objetivo a entrega de resultados. Quando forçamos nossa musculatura em excesso, por exemplo, provocamos lesões à sua estrutura e às funções do seu tecido, que, como resposta, dão início ao processo inflamatório.

Todas as lesões têm como fundamento principal a dor, podendo se desenvolver de acordo com diversos fatores como: o tipo de atividade física praticada, as técnicas e o equipamento utilizado, sua intensidade e frequência de execução, o organismo individual de cada um, e muitos outros. A dor pode ser dividida em duas categorias: a inflamatória, que ocorre, geralmente, quando há danos nos tecidos, e a neuropática, proveniente de lesão ou doença presente no sistema nervoso somatossensorial – o responsável por pelas experiências sensoriais do corpo humano.

Atletas paralímpicos que possuem membros amputados também sofrem com as dores, nesse caso, a chamada “dor fantasma”, situação em que a pessoa sente desconforto em uma parte do corpo que não existe mais. Ela atinge, em média, 90% dessas pessoas, gerando queimação, formigamento, pontadas, entre outros sintomas.

   

São muitos os fatores que podem atrapalhar o alto desempenho de um atleta como a baixa qualidade de sono, o desgaste muscular e os problemas emocionais como ansiedade, depressão, estresse e demais, que afetam diretamente sua capacidade de foco.

Nesse contexto, é aí que o canabidiol entra em ação. Sua propriedades terapêuticas tais como: analgésica (alívio da dor), anti-inflamatória (prevenção de inflamações), ansiolítica (redução da ansiedade), tranquilizante (para redução do estresse) e neuroprotetoras são essenciais para os indivíduos praticantes de esportes e atividades físicas de alta intensidade. Além disso, o CBD também auxilia para o alcance de uma boa noite de sono e para a proteção do sistema imunológico.

Diferente do efeito proporcionado por medicamentos mais comuns, a cannabis medicinal propõe um tratamento inovador e de possibilidades mais abrangentes, o que traz mais vantagens aos atletas que a utilizam. Isso, porque, ao utilizá-la, o processo de inflamação que o exercício causa no músculo não é totalmente interrompido, fazendo com que não só a regeneração muscular seja potencializada, mas, também, o processo de cicatrização. Isso acontece pois o CBD regula a ação inflamatória do organismo, reduzindo o excesso de células do sistema imunológico e a produção de citocinas pró-inflamatórias, isso tudo ao mesmo tempo em que estimula a criação de citocinas anti-inflamatórias, o que, consequentemente, reduz as dores e os edemas.

Vale ressaltar que, apesar de ambos os atletas amadores e profissionais poderem se beneficiar por meio do uso do canabidiol, o consumo não pode ser feito de forma igualitária, visto que, ao competir profissionalmente, o indivíduo precisa passar pelo teste antidoping, que não permite o uso da cannabis, a qualificando como ferramenta para melhora do desempenho que pode acarretar risco para a saúde e, ainda, violar o espírito esportivo.

 

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